domingo, 24 de fevereiro de 2008

Resposta de Ana a Francisco

Francisco,
Não vou dizer que ler a sua carta não me abalou, eu estaria mentindo. Dizer também que ao terminar de lê-la não me veio aos lábios um sorriso nostálgico, seria outra mentira da minha parte. Confesso que já me considerava curada de você, me achava forte, uma verdadeira muralha intransponível aos sentimentos.
Posso lhe afirmar que havia encontrado a paz e a comunhão comigo, mas depois que comecei a ler as suas cartas, muito embora ao receber sua primeira correspondência, eu tenha lutado contra a curiosidade do seu conteúdo, mesmo sabendo quem a remetia, certos momentos e emoções, que eu achava ter sepultado, voltaram a existir, ressuscitaram em minha imaginação, e sua lembrança passou a me envolver como a mao fria de um fantasma que provoca calafrios no corpo durante a madrugada...
O incrível é que voce ainda consegue me tirar de mim e me lançar em épocas tão boas, e eu nem esboço a menor resistência. Realmente aquela praça ficou marcada em nossas vidas, foi onde tudo começou, nosso marco zero, o primeiro beijo, as primeiras caricias, as primeiras discussões, a primeira vez que dissemos um breve adeus, a primeira vez que me deu flores, as minhas preferidas, lírios e margaridas, rosas salmom e rosas brancas, o buquê era lindo, um arranjo muito bem feito, e voce todo sem jeito andando com o buquê na rua, vindo em minha direção, e eu sem acreditar no que via...
Aquele foi o palco onde encenamos o começo de nossa vida, onde tivemos nossa primeira discussão, onde terminamos e recomeçamos, aquela pracinha foi o nosso gênesis e o nosso apocalipse...
Era la que ficávamos sentados observando as pessoas que iam e vinham...
Xico Fredson!

Um comentário:

Elandia Duarte disse...

De uma leveza pesada...
De um alguém que acreditava ser forte e decidida pra seguir na vida deixando uma parte sua...
Um seu complemento...
O outro ,o alguem que a fazia crêr em estrelas...
Pra mim é disto que fala este!
Das marcas deixadas por um amor atemporal e sauve...
Da suavidade de se sentir mulher!