domingo, 24 de fevereiro de 2008

Perguntas a Clarissa


Clarissa, minha angústia é não ser todas as coisas; é não conhecer todas as coisas que gostaria de conhecer; é não sentir todas as sensações. Minha dor, essa mesma que me inquieta e que me tira o sono, me tira o chão, me tira de mim, me tira de ti, me tira de tudo. Essa dor-inquieta é, também, saber que mesmo estando um pouco em tudo, não estou completamente onde quero estar, em quem quero estar...Minha dor é, resumidamente, saber que não sou Deus, muito embora dele eu só quisesse suas impossibilidades: onisciência, onipresença, onipotência, oniprepotência... Oniqualquercoisa que me fizesse um instrumento de minha Paz. Diga-me Clarissa, onde vou buscar tudo isso? Em que livro posso encontrar a minha paz escrita? Em que lugar, em que esquina do espaço-tempo eu deixei cair minha carteira com meu lenço, meus documentos e tudo que me faz lembrar de mim. Onde Clarissa, onde? Será que o seu amor seria suficiente para me devolver o eixo? Será que você voltaria comigo aquele espaço-tempo e me ajudaria a encontrar quem eu fui? Será que valeria a pena...?!!


Xico Fredson

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